parece arroz de chocolate...
Este é um dos clássicos da cozinha tradicional portuguesa (e dos menos fotogénicos…). Se tivesse que escolher a minha última refeição, este era sem dúvida o prato principal.
A maneira como o faço é a maneira como vi ao longo de anos este prato ser preparado pela minha Mãe, sempre com frangos, galos ou galinhas criados lá em casa e que eu tinha que ajudar a ‘preparar’, ou seja, assistir à matança e depenar os bichos.
Actualmente é muito raro conseguir galo caseiro e quando acontece é um festim! Agradeço à minha vizinha que faz o favor de o ‘preparar’ e o entrega prontinho a usar e com a malguinha de sangue a acompanhar.
Cabidela de Galo Caseiro
750 grs de galo caseiro cortado em pedaços
1 cebola grande
Azeite q.b.
3 dentes de alho
1 folha de louro
1 ramo de salsa
150 ml de vinho branco
Caldo de aves ou água
Sal
Arroz carolino
2 dl de sangue misturado com vinagre
Amolecer a cebola picadinha no azeite e quando estiver transparente junta-se o dente de alhos picados e a folha de louro (retirar o veio central). Juntar a carne cortada em bocados pequenos e deixar alourar, virando para que aloure de todos os lados. Adicionar o vinho branco e deixar evaporar. Juntar a salsa num ramo, temperar com sal e ir juntando caldo ou água aos poucos para que a carne coza sem estar mergulhada em líquido.
Ao fim de perto de uma hora (atenção que o verdadeiro galo do campo tem a carne rija, não é igual ao que se compra no supermercado) a refogar, sempre a juntar líquido de quando em quando, junta-se o líquido para cozer o arroz, normalmente num rácio de três a quatro copos de líquido para um de arroz carolino. Previamente pode retirar-se o louro e a salsa.
Quando ferver mistura-se o arroz e mexe-se. Deixa-se cozer até estar no ponto desejado tendo o cuidado de ter sempre algum líquido para não secar. Quando o arroz estiver cozido, mistura-se o sangue e mexe-se rapidamente. Não se deve deixar ferver novamente após se ter adicionado o sangue.
Servir de imediato e verificar se é necessário mais vinagre no prato. Há quem não goste deste arroz muito avinagrado, outros pelo contrário preferem-no tão ácido que até faz lágrimas.
Notas:
Usei como líquido para este arroz uma água onde cozi os miúdos do frango (patas, moela, fígado, coração e pontas das asas)
O sangue foi misturado com vinagre e vinho branco para não ser tão ácido