Este verão deram-me algas que foram apanhadas na praia da Torreira. Ao que parece havia muitas, a pessoa que mas deu sabe que eu experimento tudo o que é esquisito e, por isso, lá vieram as algas.

Pesquisei no Dr. Google e vi que eram da espécie Kelp (ou algas pardas); deixei-as a secar uns dias no estendal, ao sol, arrumei-as cortadas em bocadinhos e, quando calha, acrescento uma mão-cheia a alguma receita, especialmente se for de peixe.

As algas desta espécie, pertencente à classe Phaeophyceae, são reconhecidamente boas para a saúde, nomeadamente porque são ricas em fibra e em antioxidantes, que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no organismo. 

O seu consumo ajuda a aumentar a actividade do sistema imunológico, ajuda a acelerar o metabolismo, previne o aparecimento da osteoporose, melhora a digestão e proporciona um bem-estar geral ao ajudar a equilibrar os níves de stress.

Atenção ao iodo que contêm: grávidas e pessoas que sofram de hipertiroidismo devem abster-se de consumir alimentos ricos em iodo.

Algas Kelp

Com o outono a aparecer de mansinho apetece mesmo usar ingredientes da época e as abóboras estão no seu melhor. Ainda hoje, enquanto fazia uma caminhada, passei por um terreno que teria certamente centenas de abóboras e cabaças, umas redondas, outras ovais, cor de laranja, verdes, cinzentas. Apetecia mesmo trazer uma de cada mas, além de não serem minhas, não tinha como as carregar, tal o tamanho.

Bolo de Abóbora e Coco

250 grs de abóbora cozida e em puré

1/2 copo de xarope de ácer

3 colheres de sopa de óleo de coco

1 ovo

1 colher de chá de extracto de baunilha

1 copo de farinha de trigo

1/2 copo de cacau em pó

1 colher de chá de bicarbonato de sódio

1 colher de chá de canela

1 pitada de noz-moscada

1 pitada de gengibre em pó

1 pitada de cravinho em pó

1 pitada de sal

1/2 copo de coco ralado

1/2 copo de pepitas de chocolate

3 colheres de sopa de chocolate ralado para polvilhar (opcional)

Aquecer o forno no médio para fornos analógicos, 175ºC, se tiver termostato. Untar ou forrar uma forma de bolo inglês.

Numa taça grande misturar o puré de abóbora, xarope de ácer, óleo de coco, ovo e baunilha. Mexer bem.

Noutra taça misturar os ingredientes secos (da farinha ao sal).

Misturar os conteúdos das duas taças e mexer apenas até não se ver farinha seca. Adicionar as pepitas de chocolate e o coco ralado e deitar na forma previamente preparada. Por cima espalhar o chocolate grosseiramente ralado e levar ao forno por cerca de 45 minutos (verificar com um palito no meio, se ainda sair húmido deixar estar mais uns minutos no forno).

Retirar do forno e desenformar para uma rede para arrefecer completamente.

O Zhoug é um molho picante tradicional do Médio Oriente (e um bocadinho ao estilo do chutney de coentros indiano). Esta receita é a do Yottam Ottolenghi, do seu livro Jerusalem,  mas existem milhentas por essa net fora, quase todas iguais.

É um molho excelente para acompanhar carnes grelhadas, um peixe mais sensaborão ou mesmo para espalhar no pão. Vão por mim.

Zhoug

30 grs de coentros

20 grs de salsa

1 dente de alho descascado

1 malagueta verde

1 pitada de sal

1 pitada de cardamomo em pó

1 pitada de cominhos em pó

1 pitada de coentros em pó

2 colheres de sopa de azeite

2 colheres de sopa de água

Triturar todos os ingredientes numa picadora ou com a varinha mágica. Podem, e devem, ficar em bocadinhos pequeninos e não numa pasta.

Servir fresco.

Para celebrar o começo do Outono, a minha estação favorita (também gosto da de S. Bento  ) deixo aqui uma sopa fantástica, cuja receita me foi enviada por uma sobrinha minha.

Não podia ser mais fácil, é só meter os ingredientes no forno, triturar e comer (e chorar por mais).

Sopa Assada de Abóbora e Noz

1 abóbora Butternut, pequena

1 cebola

1 cabeça de alho (usei apenas 8 dentes de alho porque não tinha mais)

1 maçã

1 mão-cheia de nozes

Sal

Coentros em pó

Paprica

Azeite

Colocar os ingredientes num pyrex, como na foto, e levar ao forno por uma hora.

Ao fim desse tempo, colocar os ingredientes no copo da varinha mágica ou num liquidificador (a polpa da abóbora, a polpa dos alhos, a cebola, a maçã e as nozes) e triturar bem.

Servir de imediato com pão tostado.

Não costumo plantar pimentos (à excepção dos de Padrón) porque na realidade não é algo que consuma por aí além. Não gosto dos verdes e, os vermelhos, um ou dois são suficientes para ter na arca em tiras e ir gastando ao longo do ano. Mas este ano deram-me imensos. Imensos! Verdes, vermelhos, amarelos e até um cor de laranja.

Despachei logo uma carrada deles para quem gosta e, ainda com bastantes para gastar, fiz massa de pimentão e, pela primeira vez, compota de pimento vermelho, que já provei algures e me agradou bastante.

Aproveitei para encher frasquinhos pequeninos que tinha à mão (não se podem comprar frascos hoje em dia, estão caríssimos!) e distribuí por algumas coleguinhas de Pilates que até fizeram um brinde

Para quem pensa: mas como é que se come compota de pimento, ainda por cima picante?

Respondo eu: Com requeijão! Com queijo! Ou à colherada...

Compota (meio picante) de Pimento Vermelho

2 pimentos vermelhos

1 malagueta (opcional)

1 copo de açúcar branco

200 ml de vinagre de sidra

2 colheres de sopa de sumo de limão

Limpar os pimentos e a malagueta de sementes e picar em bocadinhos miudinhos (pode ser à mão mas é muito mais prático com a picadora).

Colocar num tacho com o açúcar, o vinagre e o sumo de limão. Levar a lume forte até levantar fervura, baixar o lume e deixar fervilhar por cerca de vinte minutos. Transferir de imediato para frascos esterilizados e fechar. Em pouco tempo as tampas criam vácuo e pode-se guardar por uns meses.

Quando apetece pziza a maneira mais rápida, ainda mais rápida do que ir ao supermercado num instantinho comprar uma base, é fazer a base em casa. Se usarmos esta receita, não temos que esperar que levede e essas coisas chatas que nos tiram logo a vontade de fazer alguma coisa.

A quantidade da receita dá para fazer duas bases jeitosas. Desta vez fiz uma normalíssima (molho de tomate, fiambre de peru e queijo mozarela ralado) e fiz outra que foi a estrela da festa. Mesmo para mim, que não aprecio grandemente comida salgada, esta mistura de sabores ficou top!

E as anchovas fizeram-me recordar (e ir ouvir novamente) uma música que achava o máximo em tempos idos, da J. Geils Band, e que se chama No Anchovies, Please.

Ide ouvir.

Pizza Mediterrânica

Massa:

2 e ½ copos de farinha de trigo

2 colheres de chá de fermento em pó

1 pitada de sal

1 colher de sopa de azeite

¾ de copo de água

Misturar a farinha, o fermento e o sal numa taça, adicionar o azeite e a água (se necessário pôr mais alguma água). Amassar numa superfície enfarinhada por cerca de cinco minutos e deixar repousar enquanto se preparam os restantes ingredientes.

Recheio:

Molho de tomate (usei caseiro, pode ser de compra)

Azeitonas verdes e pretas às rodelas

Anchovas

Queijo Feta

Orégãos

Estender a massa no formato desejado, barrar com molho de tomate e de seguida colocar os ingredientes escolhidos, neste caso azeitonas pretas e verdes, que descarocei e cortei em rodelas, anchovas de conserva que escorri e passei por água para retirar o excesso de sal, e por fim queijo Feta esfarelado e orégãos.

Para esta pizza optei por não colocar queijo para derreter mas quem fizer questão, pode usar queijo mozarela ou outro a gosto.

Levar ao forno por cerca de meia hora e servir com uma salada.

Este tempo arraçado de Outono dá-me para isto.

Empadinhas

de Maçãs e Passas / de Figos e Pinhões

Maçãs:

2 maçãs

1 colher de sopa de açúcar amarelo

1 colher de chá de canela em pó

1colher de sopa de uvas passas

1 colher de sopa der natas ácidas

8 folhas de empada

Ovo batido

Mistura de açúcar e canela para polvilhar

Descascar as maçãs e cortar em bocados. Juntar açúcar e canela e as uvas passas e um pouco de água. Levar ao lume e deixar cozer as maçãs, cerca de 20 minutos. Esmagar com um garfo e adicionar as natas. Deixar fervilhar mais um ou dois minutos, deve ficar pastoso.

Colocar uma colher de sopa desta mistura na folha da empada, dobrar e com as pontas dos dedos juntar bem de modo a que não abram na cozedura. Pincelar com ovo batido e salpicar com a mistura de açúcar e canela. Levar ao forno por cerca de doze a quinze minutos.

Figos:

5 figos

1 colher de chá de erva-doce em pó

1 colher de sopa de sumo de limão

8 folhas de empada

24 pinhões

Ovo batido

Cortar os figos com a pele em bocados e misturar com o sumo de limão e a erva-doce. Adicionar um pouquinho de água e cozer, mexendo para desfazer, por uns vinte minutos.

Deitar uma colher da papa de figo na folha de empada, juntar três pinhões e dobrar. Com as pontas dos dedos juntar bem de modo a que não abram na cozedura e pincelar com ovo batido. Levar ao forno por cerca de doze a quinze minutos.

Apesar de gostar muito de paté de atum, acho que este é o que mais aprecio.  Faço 'n' variações do mesmo mas esta receita é a que me enche mais as medidas. Literalmente...

Paté de Salmão Fumado

200 grs de queijo-creme

75 grs de natas ácidas ou iogurte grego

1 colher de sopa de sumo de limão

1 pitada de sal

Pimenta preta moída na hora q.b.

100 grs de salmão fumado, picado

1 raminho de aneto picado

1 raminho de cebolinho picado

Misturar o queijo, as natas e o sumo de limão. Temperar com sal e pimenta a gosto e juntar o salmão bem picadinho, o aneto e o cebolinho. Mexer bem para envolver e servir fresco.

Nota: o aneto é uma erva aromática, também conhecida por endro

Do tacho à mesa em menos de meia hora mas com sabor para contar, como se tivéssemos estado horas ao fogão (ou à airfry, bimby, yammy, fogueira, microondas ou o que vos fizer suspirar). O que quero dizer é que não se deixem enganar pela singeleza desta receita. É daquelas que vale repetições.

Esparguete com Salmão

2 tranches de salmão

Sal q.b.

100 ml de azeite

3 dentes de alho esmagados

Raspa de limão

1 malagueta

Esparguete

Cozer o esparguete em água com sal.

Temperar o salmão com umas pedrinhas de sal.

Aquecer uma frigideira com uma colher de sopa de azeite e alourar o salmão, dois ou três minutos de cada lado. Reservar.

Na mesma frigideira (sem limpar) aquecer o restante azeite e alourar os alhos esmagados juntamente com a raspa de limão e a malagueta em rodelas finas. Adicionar o esparguete cozido sem estar escorrido de mais e o salmão separado em lascas grandes.

Servir de imediato.

Agora que a maioria das pessoas já regressou ao trabalho e/ou à escola, nada como ter alguns 'mimos' à mão para uma manhã mais atarefada ou mesmo para deixar de ir à pastelaria em caminho e comer coisas muito mais processadas e não tão saudáveis. Não estou a dizer que estes muffins são os mais saudáveis mas também não são cheios de químicos e afins.

Quando eu trabalhava e estudava à noite e os meus dias começavam às 6.30h e terminavam já depois da meia-noite, aproveitava o fim de semana para encher o meu congelador que até sandes já feitas tinha. Era a maneira de poder 'jantar' alguma coisa sem ter que dar ainda mais cabo das finanças. E muffins deste género eram uma obrigação

Esta receita dá uma dúzia deles, grandinhos, e o melhor é que podem ser congelados e retirados meia hora antes.

Muffins 'Glória da Manhã'

2 copos de farinha de trigo integral (usei normal, não tinha da integral)

2 colheres de chá de fermento em pó

2 colheres de chá de canela em pó

2 colheres de chá de gengibre em pó

1 pitada de sal

1/2 copo de uvas passas

1/2 copo de nozes picadas

1 copo de açúcar amarelo (usei um bocadinho menos)

1/2 copo de óleo de girassol

1/4 de copo de sumo de laranja

3 ovos grandes

2 colheres de chá de extracto de baunilha

2 copos de cenouras raladas

1 copo de maçãs descascadas e cortadas em pedacinhos

1/2 copo de coco ralado

Aquecer o forno. Colocar forminhas de papel plissado em 12 formas de queques.

Numa taça misturar a farinha, fermento, canela, gengibre e sal. Adicionar também as nozes e reservar.

Noutra taça bater o açúcar com o óleo de girassol, o sumo de laranja, os ovos e o extracto de baunilha. Misturar também as cenouras raladas, as maçãs e o coco.

Misturar o conteúdo das duas taças sem bater de mais, apenas até não se ver farinha seca. Dividir a massa pelas forminhas e levar ao forno por cerca de vinte e cinco minutos a meia hora.

Retirar e deixar arrefecer. Guardar numa lata por uns dias ou congelar até três meses.

Toda a gente mais a prima a falar em ananases e eu a 'bubê-los'.

Mocktail de Ananás

1 fatia de ananás, em pedaços

3 raminhos de menta

1 colher de chá de mel

200 ml de água tónica

Gelo q.b.

Amachucar o ananás, a menta  e o mel com um pilão ou um garfo.  Adicionar o gelo e a água tónica e mexer bem. Servir de imediato.

Nota: mocktail é um cocktail sem álcool

Esta receita existe desde 2019 e foi criada por uma bloguista finlandesa. Entretanto acabou por se tornar viral no tiktok e agora é uma receita do mundo, tendo até passado a chamar-se 'Pasta tiktok'.

Não sou muito de ir a correr experimentar receitas 'virais' (cinco anos, neste caso, não se pode dizer que fui a correr...) mas com a sua aparição insistente na minha página do Pinterest nos últimos meses, lá tive que experimentar. Até porque, Feta!
Medalha de Ouro.Nada mais a declarar.

Massa com queijo Feta e tomates Cherry

Tomates cherry

Alho picado

Queijo Feta

Oregãos

Azeite

Manjericão

Massa a gosto (macarrão, cotovelos, laços, esparguete, etc.)

Colocar os tomates cherry numa assadeira, deixando um espaço no meio para o queijo Feta. Temperar com alho picado, orégãos e azeite (umas boas goladas dele). Levar ao forno por cerca de meia-hora. Entretanto cozer a massa (usei macarrão riscado), escorrer e reservar um pouco da água da cozedura.

Retirar a assadeira do forno e adicionar a massa cozida e um pouco da água da cozedura para criar um molho cremoso. Juntar também manjericão fresco e envolver bem. Servir com pão estaladiço.

Quando as plantas de curgete se cansam de dar curgetes e as que dão não crescem, acabando por apodrecer ao fim de uns dias  (pela falta de sol, excesso de humidade nocturna, falta de polinização ou apenas porque estão armadas em parvas, já que não lhes falta nada) a solução é gastá-las em tamanho mini.

Para aproveitar ao máximo, gastamos também as flores que não param de dar. E, nesta altura do campeonato, nem sequer precisamos de nos preocupar se são flores macho ou fêmea, já que nenhumas vão dar curgetes que se vejam.

Tarte de Flores de Curgete e Queijo Manchego

1 colher de sopa de azeite

6 curgetes pequenas em rodelas

1 mão-cheia de flores de curgete

75 grs de queijo manchego

4 ovos

150 ml de natas

Sal e Pimenta q.b.

1 base de massa folhada

Aquecer o azeite numa figideira e saltear as curgetes em rodelas até amolecerem. Reservar.

Estender a massa folhada numa tarteira. Espalhar as rodelas de curgete salteadas, as flores e o queijo manchego em tiras.

Numa taça bater os ovos com as natas e temperar com sal e pimenta a gosto. Deitar sobre a base da tarte e levar ao forno por cerca de trinta e cinco minutos.

Servir morno com uma salada.