Que fazes quando falta menos de um mês para a Feira Nacional do Mirtilo de Sever do Vouga e ainda tens uma carrada deles no congelador? Inventas!

Tarte de Maçã e Mirtilos

75 grs de açúcar amarelo

50 grs de manteiga

4 maçãs descascadas

200 grs de mirtilos (usei congelados)

1 base de massa folhada

Numa tarteira colocamos o açúcar e a manteiga em bocadinhos. Por cima espalhamos fatias de maçã (cortamos a maçã em quartos e cada quarto é cortado em quatro fatias) e sobre as fatias de maçã espalhamos os mirtilos.

Para finalizar colocamos a massa folhada sobre os mirtilos, encaixando bem a toda a volta.

Levamos a tarte ao forno por cerca de quarenta minutos ou até que a massa folhada esteja dourada e insuflada.

Com a ajuda de luvas viramos a tarte para um prato e deixamos arrefecer.

Excelente acompanhada de uma bola de gelado de baunilha.

Nota: a foto é horrível mas a tarte ficou supimpa

Para os que apreciam raia, mais uma versão fácil e muito saborosa.

Raia com Alhos

3 postas de raia

Sal e pimenta q.b.

5 dentes de alho esmagados com a pele

1/2 colher de chá de colorau

1/2 colher de chá de curcuma

3 colheres de sopa de azeite

1 colher de sopa de vinagre

Salsa ou coentros q.b. (opcional)

Cortar as postas de raia ao meio e temperar com sal e pimenta a gosto, os alhos, o colorau e a curcuma.

Numa frigideira põe-se o azeite e as postas de raia temperadas. Borrifa-se com o vinagre, tapa-se e leva-se a lume brando por vinte minutos.

Servir polvilhado com salsa ou coentros picados (só me lembrei quando já estava a comer) e com batata cozida e uma salada.

De vez em quando escrevo uns contos e participo em concursos. O último foi o da Biblioteca Municipal de Estarreja - Correntes de Imaginação - e o tema era 'O cultivo do arroz', que é actividade com grande tradição nesta zona.

O protagonista do meu conto era um engenheiro agrónomo e produtor de arroz carolino (Oryza sativa L.), que também se ajeitava na cozinha:

"embora eu também me aventure na cozinha e tenha uma versão de arroz-doce com água de flor de laranjeira e cardamomo. E por cima, em vez de canela, leva raspa de laranja. Tem que experimentar!"

Para celebrar a história, com que ganhei o primeiro prémio, decidi recriar a receita de que falava o meu protagonista. Inspirei-me em sabores Indianos e do Médio Oriente, deixei de fora os ovos e o resto, como diz o outro,  é história.

Arroz-doce com Água de flor de laranjeira e Cardamomo

100 grs de arroz carolino

1 pitadinha de sal

Água q.b.

1 litro de leite

12 vagens de cardamomo esmagadas

2 tiras de casca de laranja

150 grs de mel

1 colher de sopa de farinha Maizena

1 colher de chá de açafrão das Índias

1 colher de sopa de água de flor de laranjeira

Raspa de laranja

Lavar o arroz e pôr num tachinho, cobrir com água e deixar cozer até evaporar a água (cerca de quinze minutos).

Entretanto pôr o leite num tacho, adicionar a casca de laranja e as vagens de cardamomo e deixar levantar fervura. Quando o arroz estiver sem água, transferir para o tacho com leite e mexer. Deixar ferver em lume brando por cerca de quarenta minutos. De seguida adicionar o mel e verificar se está doce o suficiente.

Dissolver a farinha Maizena e o açafrão das Índias num pouquinho de água e juntar ao arroz, mexendo até engrossar. Por último, adicionar a água de flor de laranjeira e colocar em taças. Polvilhar com raspa de laranja e servir frio.

Podia escrever um tratado a explicar como esta é uma das melhores saladas que comi. Podia, mas não era a mesma coisa. Façam-se à vida!

Salada de Salmão e Batata

1 posta de salmão

400 grs de batatas novas

6 espargos

2 ovos

1 cebola roxa

1 cornichon

1 colher de sopa de alcaparras

Azeite q.b.

1 raminho de aneto

Sal e Pimenta q.b.

Temperar o salmão com sal e pimenta.

Cozer as batatas com a pele por cerca de um quarto de hora ou até estarem tenras mas firmes. Quando faltarem seis ou sete minutos, juntamos os espargos e os ovos e deixamos cozer. Escorrer as batatas e colocar os ovos numa taça com água fria para parar a cozedura.

Grelhar o salmão numa frigideira sem gordura por cerca de dez minutos, cinco de cada lado. Logo que esteja a uma temperatura aceitável, retirar pele e espinhas e separar em lascas grossas.

Retirar a pele às batatas e cortar em bocados uniformes. Cortar também os espargos e descascar os ovos.

Picar a cebola, o cornichon, as alcaparras e o aneto.

Numa taça colocar as batatas, os espargos e as lascas de salmão. Polvilhar com a cebola, cornichons, alcaparras e aneto. Deitar um fio de azeite sobre a salada e temperar com pimenta. Cortar os ovos ao meio e dispôr sobre a salada. Servir.

Notas:

Os cornichons podem ser substituídos por picles;

O aneto pode ser substituído por outra erva aromática;

Os espargos não fazem parte da receita original mas ficaram muito bem.

Esta mistura é uma espécie de Granola mas sem os flocos de aveia e em versão salgada. Muito boa para polvilhar sobre saladas ou em sopas trituradas.

As sementes podem ser quaisquer umas e em vez de amêndoas podemos usar avelãs, nozes ou outras; podemos usar qualquer erva aromática: salsa, alecrim, orégãos, tomilho, etc.

Sugiro fazer pouca quantidade de cada vez para podermos ir variando os ingredientes.

Mistura Crocantes de Sementes com Amêndoa

1/2 copo de sementes de girassol

1/2 copo de pevides de abóbora

1/2 copo de sementes de cânhamo

1/2 copo de amêndoas com casca cortadas ao alto

1 colher de sopa de sementes de linhaça

1 colher de chá de paprica ou colorau em pó

1 pitada de sal

1 colher de chá de aneto seco

1 colher de sopa de azeite

Misturar todos os ingredientes e espalhar num tabuleiro forrado com papel vegetal. Levar a forno médio por cerca de dez minutos, ou um pouco mais, dependendo do forno. A meio mexer para tostar por todo.

Deixar arrefecer e guardar num frasco.

Nota: a inspiração veio daqui

Omeletes que parecem queques. Quatro ovos, uma mão-cheia de espinafres e mais qualquer coisita deram nisto. E num nome inventado

'Quequeletes'

Saltear cebola picada com aipo em azeite. Adicionar os espinafres cortados grosseiramente e a cebolinha em rodelas e deixar amolecer.

Numa taça bater ovos e queijo Feta esfarelado. Misturar o conteúdo da frigideira e envolver bem.

Dividir esta mistura por formas de queques e colocar numa frigideira ou tacho com água a ferver até meio das formas, tapar e deixar cozer em banho-maria por 8 a 10 minutos (dependendo se queremos que o centro ainda esteja líquido - 8 minutos, ou mais seco - 10 minutos).

Retirar do lume e retirar das formas, passando uma faca a toda a volta para soltar.

Gosto de miniaturas. E de tentar as mesmas receitas de outras maneiras. Por isso transformei uma receita, que já tinha feito antes, nisto.

Mesmo quem a provou da primeira vez não conseguiu perceber que era a mesma. Pontos para mim

Mini Cheesecakes de Limão e Gengibre

1 lata de leite condensado

200 ml de natas

2 colheres de chá de gengibre em pó

150 ml de sumo de limão

2 folhas de gelatina

1 colher de sopa de água a ferver

150 grs de bolacha torrada q.b.

80 grs de manteiga

Colocar as folhas de gelatina em água fria para amolecer. Forrar doze formas de queques ou muffins com forminhas de papel plissado.

Triturar a bolacha com a manteiga até ter uma pasta amolecida. Colocar nas forminhas e calcar com a base de um copo.

Numa taça misturar o leite condensado com as natas e o gengibre e mexer. Adicionar o sumo de limão, mexendo com a vara de arames.

Dissolver a gelatina na água a ferver e adicionar ao creme de leite condensado, mexendo bem. Dividir esta mistura pelas formas de queques e levar ao frigorífico por umas horas.

Enfeitar a gosto com flores comestíveis.

Uma receita fácila para alimentar bastantes, principalmente se optarmos pela versão 'Febras no Pão'.

Nunca tinha experimentado fazer com cerveja preta (Stout) e gostei bastante; o molho fica com um sabor caramelizado, como é costume com este tipo de cerveja.

Febras no tacho com cerveja preta

450 grs de febras do lombo (temperadas com sal e sumo de limão)

2 colheres de sopa de azeite

1 cebola picada

3 dentes de alho esmagados

1 folha de louro

1 raminho de salsa

1 colher de chá de coloraus em pó

1 colher de chá de coentros em pó

1 pitada de noz-moscada

1 colher de sopa de molho inglês

1 malagueta em rodelas

1 cerveja preta (200 ml)

Colocar todos os ingredientes no tacho e levar ao lume. Após levantar fervura, baixar o lume e deixar apurar por cerca de trinta a quarenta minutos.

Servir com arroz e salada ou em sandes.

A salada de couves e cenouras, normalmente conhecida por 'Cole Slaw' costuma ser envolvida em maionese e servida bem fresquinha. É o acompanhamento ideal para carnes grelhadas mas, lá está, maionese... Uma carrada dela para que a dita salada não saiba a couves cruas.

Mas não deseperem. Podemos engordar na mesma se a envolvermos neste molho, só que é tão saudável que nem ligamos às calorias.

'Maionese' de Abacate

1 abacate maduro

1 raminho de salsa

1 colher de sopa de mostarda

2 colheres de sopa de vinagre de sidra

2 colheres de sopa de sumo de limão

2 colheres de sopa de azeite

1 colher de chá de mel

Sal e pimenta q.b.

2 hastes de cebolinho

Colocar todos os ingredientes no copo da varinha mágica, à excepção do cebolinho (e das cascas e caroço do abacate, sim?!).

Triturar até ter uma pasta com a textura de maionese. Polvilhar com cebolinho picado e servir.

Nota: esta salada levou couve branca, couve roxa, cenoura, nabo, maçã e rabanetes

Gosto imenso de pato e, embora seja raro comer porque nem sempre está tão à mão como o frango, de vez em quando lá calha.

Comprar um pato inteiro não me convém porque, de um modo geral, é quase só pele, gordura e muitos ossos. Por isso, quando descobri um supermercado que vende apenas as coxas avulso (congeladas, embaladas individualmente), passei a fazer mais vezes receitas com pato.

Coxas de Pato no Forno com Clementinas

4 coxas de pato

500 grs de batatas pequenas

8 raminhos de tomilho

8 dentes de alho com a casca

Sal grosso q.b.

Pimenta preta moída no momento q.b.

1 copo de vinho branco

1 copo de água

2 clementinas

Azeite q.b.

Retirar o excesso de pele e gordura às coxas de pato e dar uns golpes com uma faca na pele que ficar.

Colocar as batatas sem descascar numa assadeira e por cima as coxas de pato, o tomilho e os dentes de alho e temperar bem com sal e pimenta.

Deitar o vinho e a água na assadeira e cortar as clementinas em quartos, espremendo o sumo sobre as coxas de pato e espalhando os quartos espremidos sobre os restantes ingredientes.

Por cima verter um fio de azeite e levar o tabuleiro ao forno, inicialmente tapado com papel de alumínio, por cerca de uma hora e depois retirar o papel de alumínio e deixar no forno por mais uns trinta minutos.

Servir com legumes salteados ou uma salada.

Não sei se acontece o mesmo com as outras pessoas mas, na maioria das vezes, quando começo a cozinhar qualquer coisa para o jantar, a receita é uma obra em progresso já que raramente o resultado final é aquele que começou por ser a ideia inicial.

Tome-se, por exemplo, esta carne de peru picada que tinha no congelador. Retirada a tempo de descongelar [o que já de si é invulgar], a ideia era fazer uns hambúrgueres ou umas almôndegas. Mas na realidade, acabei por fazer isto.

E porquê, perguntam vocês? Porque tinha uns espinafres para gastar. Apenas por isso (e porque assim deu menos trabalho, vá...).

Gratinado de Peru e Espinafres

2 colheres de sopa de azeite

1 cebola picada

1 talo de aipo em rodelas

300 grs de peito de peru picado

1 mão-cheia de espinafres cortados grosseiramente

100 ml de molho de tomate

Sal e pimenta q.b.

50 grs de queijo ralado (usei mistura de 4 queijos)

Alourar a cebola e o aipo no azeite. Juntar a carne picada e mexer de vez em quando para que fique toda cozida por igual.

Adicionar os espinafres e deixar amolecer até perder o volume. De seguida juntar o molho de tomate e temperar com sal e pimenta a gosto.

Deixar mais uns minutos ao lume e deitar numa assadeira pequena. Polvilhar com o queijo ralado e levar ao forno por uns minutos, apenas até o queijo estar derretido.

Servir com uma salada.

Aqui há uns tempos um sobrinho meu queria experimentar um bolo Red Velvet que não levasse corantes e perguntou-me se tinha alguma receita que lhe desse.

Como nunca tinha feito nenhum desses bolos que não fosse com corantes - e nem sequer pode ser com corantes do supermercado porque ficam ainda mais castanhos do que este, que foi feito com beterraba - procurei uma receita e experimentei. Mas apesar de não ter ficado com aquela cor vibrante que vemos noutras receitas (e que o corante em gel [e caro!] lhes dá), esta massa ficou muito saborosa e é facílima de fazer.

Para descomplicar usei daquelas beterrabas que já se vendem cozidas, em vácuo. E não-vem-que-não-tem que beterraba sabe a terra que estes queques são a prova provada de que isso não é verdade.

Experimentem.

"Red Velvet" de Beterraba

200 grs de farinha de trigo

25 grs de farinha Maizena

1 colher de sopa de cacau

1 colher de chá de fermento em pó

1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

1 pitada de sal

150 grs de açúcar

200 grs de puré de beterraba

75 grs de iogurte natural

80 ml de óleo de girassol

1 colher de chá de extracto de baunilha

1 colher de chá de vinagre de sidra

Aquecer o forno a 180º e forrar 12 formas de queques ou muffins com forminhas de papel plissado.

Numa taça mistura-se a farinha com a Maizena, o cacau, o fermento, o bicarbonato e o sal. Reserva-se.

Noutra taça maior bate-se o açúcar com o puré de beterraba, o iogurte, o óleo, a baunilha e o vinagre.

De seguida juntam-se os ingredientes secos à mistura de beterraba e envolve-se. Transfere-se a massa às colheradas para as forminhas (encher até dois terços da capacidade) e leva-se ao forno por cerca de vinte minutos. Verificar a cozedura com um palito, retirar do forno e deixar arrefecer completamente.

Nota: acho que ficaram mais escuros porque o cacau que uso é mesmo negro