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Belita, a Rainha dos Couratos

Blogue de receitas flexitarianas (carne, peixe e assim-assim)

Belita, a Rainha dos Couratos

Blogue de receitas flexitarianas (carne, peixe e assim-assim)

Sex | 29.09.23

Já cá cantam

 

Acho que não há mês em que não faça bolo ou tarte ou queques de maçã. É sem dúvida a minha fruta favorita e estou muito contente por, apesar de este ano a minha macieira ter dado poucas, foram muito sãs, ao contrário dos outros anos em que tenho que as partilhar com 'largatas' e outros bicharocos.

Não sei de que raça são as minhas porque a macieira não foi comprada por mim mas são vermelhas por fora e muito parecidas em sabor com as Royal Gala embora no feitio sejam menos arredondadas. São mesmo boas!

 

Bolo de Maçã e Coco

 

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200 ml de leite de coco

1/2 copo de açúcar amarelo

2 colheres de chá de extracto de baunilha

1 copo de farinha integral

2 colheres de chá de fermento em pó

1/2 copo de coco ralado

1/4 de copo de açúcar amarelo

60 grs de manteiga fria cortada em cubos

200 ml de leite com 1 colher de sopa de vinagre

4 maçãs descascadas e cortadas em quartos

 

Aquecer o forno. Misturar o leite com o vinagre e reservar.

Numa frigideira ou forma que possa ir ao lume e ao forno misturar o leite de coco, o açúcar amarelo e a baunilha. Deixar cozinhar por uns cinco minutos mexendo de vez em quando e reservar.

Numa taça misturar a farinha, o fermento, o coco ralado e o açúcar amarelo e adicionar a manteiga, esfarelando com as pontas dos dedos de modo a ficar parecido com migalhas. Juntar o leite com vinagre, mexer e deitar esta massa sobre o caramelo na frigideira/forma.

Fatiar os quartos de maçã sem cortar até ao fundo e dispôr as maçãs sobre a massa na forma. Levar ao forno por meia hora ou um pouco mais se necessário.

Servir morno com uma bola de gelado de baunilha.

 

Nota: receita adaptada desta

 

Qui | 28.09.23

piu piu

 

Esta é uma das receitas que mais variações tem na minha cozinha. Primeiro porque frango deve ser a carne que mais aprecio; segundo porque as coxas são a minha parte favorita do frango; terceiro porque é feito no forno que é o tipo de comida de que mais gosto; vigésimo sétimo porque apesar de ser facílimo, é tão saboroso que parece que tivemos que ir estudar de propósito para o fazer mas não, basta ter à mão estes seis ingredientes.

 

Coxas de Frango 'Alimonadas'

 

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4 ou 5 coxas de frango do campo

1 cabeça de alho (de preferência que não seja chocho...)

1 limão cortado em quartos

Sal e Pimenta q.b.

Orégãos a gosto

Azeite

 

Separar os dentes de alho mas não descascar. Colocar alguns no fundo de uma assadeira, por cima dispôr as coxas (do frango...) e os restantes dentes de alho, temperar com sal grosso e pimenta moída na hora. Espalhar os quartos de limão à volta do frango e salpicar tudo com orégãos esmigalhados. Deitar uma boa golada de azeite. Golada é uma medida exactamente à medida de quem está a fazer este prato, no meu caso é cerca de 100 ml.

Levar a forno quente por quarenta e cinco minutos tapado com papel de alumínio, depois retirar e deixar mais meia hora para ficar douradinho.

Servir com uma salada ou arroz ou puré ou massa ou couscous, o que estiver a apetecer, aproveitando os alhos que por esta altura parecem manteiga e são excelentes barrados em pão tostado e o limão que está caramelizado mas cheio de sumo.

 

Ter | 26.09.23

riscos


«Pilriteiro, dás pilritos
Porque não dás coisa boa?
Cada qual dá o que tem
Conforme a sua pessoa.»

 

Tenho uma aplicação no telemóvel chamada "PlantNet" e que me serve para saber o nome de uma planta, flor ou fruto que desconheço. Basta fotografar e submeter a fotografia nessa aplicação( 'app' para o pessoal mais 'cool') e logo aparece o nome científico e milhentas outras entradas que outras pessoas que usam a aplicação também lá pesquisaram.

Quando comecei a ir de férias para a Galiza, e isso já acontece há bastantes anos, tantos que os posso contar em décadas, descobri uma praiazinha pequena a que, por ter acesso um pouco complicado e normalmente estar deserta, chamo a minha praia; já lá estive bastantes vezes em Setembro que é o meu mês favorito mas nunca tinha reparado nuns arbustos que este ano se encontravam carregadinhos de umas bagas pequenas vermelhas e embora a maioria destas plantas estivesse alojada no meio de tojos e silvas, o que tornava impossível o acesso (pelo menos de calções e chinelos), algumas estavam na beira e consegui apanhar as bagas. Coloquei logo o PlantNet em acção porque bagas vermelhas, enfim, toda a gente sabe que a maioria não é comestível...

Quando fotografei o resultado veio logo: Crataegus monogyna

Pesquisei mais e fiquei a saber que o nome comum é Pilriteiro ou Espinheiro-alvar, que existe há milhentos anos, principalmente na Europa, Ásia e América do Norte, que inicialmente era associado ao Diabo por causa da cor das bagas mas posteriormente passou a ser usado contra o mau olhado, para ajudar à felicidade e que os seus ramos teriam até sido usados para fazer a coroa de espinhos que Cristo usou no Calvário; depois foi ver se era comestivel, se era bom para a saúde, se valia a pena arranhar-me toda para apanhar uns quantos (é que o nome 'espinheiro' tem que se lhe diga...) e se se iam aguentar até chegar a casa, daí a uns dias. Para todas estas questões um redondo SIM!

E o que fiz com as bagas perguntam vocês? Fiz geleia já que comê-las ao natural não se revelou a melhor opção, são ácidas e adstringentes e têm um caroço que, esse sim, pode ser tóxico já que o pilriteiro é da mesma família das roseiras, pereiras, macieiras e amendoeiras e as sementes destes frutos também têm o mesmo componente que em grandes quantidades é perigoso ou mesmo letal (alguém já ouviu falar de cianeto? Estamos entendido então...).

Segundo os estudiosos, os benefícios do Espinheiro-alvar são inúmeros, principalmente para o coração. Dizem até que esta planta cuida do coração por dentro e por fora: por um lado melhora a circulação, usado em casos de angina de peito, arritmias, taquicardias e arteriosclerose, entre outros; por outro pode ajudar a curar um coração partido já que tem substâncias que podem aliviar sintomas de depressão e ansiedade.

Fiquei fã e depois das algas que colhi na 'minha' praia, os pilritos são outra das razões para lá voltar.

 

Geleia de Pilritos

 

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500 grs de pilritos

1 maçã verde

Água

Áçúcar

 

Depois de bem lavados cobrir os pilritos com água e misturar uma maçã ácida cortada em quartos. Cozer por meia hora esmagando as bagas com um garfo. Deixar arrefecer e coar o líquido obtido.

Para fazer a geleia, por cada 600 ml de líquido adicionar 350 grs de açúcar e uma colher de sopa de sumo de limão. Levar ao lume e deixar fervilhar até obter o ponto desejado. Deitar em frascos esterilizados e tapar de imediato.

 

Nota: acrescentei a maçã porque estava caída e ainda um bocado verde para comer mas como as maçãs verdes têm bastante pectina decidi usar para ajudar a criar o ponto à geleia

 

Qua | 20.09.23

algas

 

Sempre tive o desejo de ser recolectora e em pequena medida é isso que faço quando apanho amoras silvestres, amaranto, urtigas e beldroegas, entre outras espécies de que nem sei o nome. Gosto de coisas à borla, que não tenha que pagar para comer e, principalmente, gosto de saber que se alguma vez precisar, precisar mesmo, me vou desenrascar com as ervas que entretanto aprendi a conhecer.

A minha última descoberta, e não me perguntem porque é que demorei tanto tempo a descobri-las, foram as algas. Estive de férias na minha muito querida e amada Galiza e numa das praias que costumo frequentar, onde raramente vejo outras pessoas porque o acesso não é o melhor, descobri que a maré vaza tinha deixado a praia cheia de algas. A primeira coisa que me veio à ideia foi a chatice de ter que caminhar sobre aquelas verduras todas para chegar à água mas depois comecei a pensar que se calhar aquilo que parecia um contratempo, podia transformar-se numa refeição. Pus-me a pesquisar acerca de 'algas comestibles en galícia' e descobri um mundo.

Ali mesmo à mão apanhei uma sacada de algas que levei para a casa onde estava hospedada e logo transformei em comida. Embora houvesse outras espécies, as que recolhi foram:

Dulse (Palmaria palmata)

Dedos de morto (Codium fragile)

Alface do mar (Ulva lactuca)

Fiz uma salada com as algas (a que dei previamente uma fervura, não fossem trazer alguns hóspedes microscópicos que depois ainda se alojavam no cérebro e eu já não sou muito fina, não quero tentar a sorte!), espargos brancos, cogumelos pleurotus salteados, aipo ralado em conserva, azeitonas, alface e frango desfiado, tudo temperado com molho balsâmico.

 

P.S: se eu algum dia não aparecer por aqui é porque quinei por ter comido alguma das coisas que a natureza nos dá e que eu acho que se os animais comem, eu também posso comer...

 

20230913_141335.jpg(alface do mar [verde vivo]; dedos de morto [verde escuro] e dulse [avermelhado])

 

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(alface do mar)

 

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Sex | 08.09.23

não mexe

 

Já não fazia biscoitos há algum tempo e apesar de estar quente, o ar parece já outonal o que para mim significa a entrada de uma das minhas estações favoritas; apesar de ser estranho para aqueles que gostam de estar a aboborar dias seguidos ao sol na praia, prefiro os dias de outono para fazer férias. Até um dia destes

 

Biscoitos de Aveia e Coco

 

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150 grs de manteiga (usei Becel Cozinha) à temperatura ambiente

1/2 copo de açúcar granulado

3/4 de copo de açúcar amarelo

2 ovos pequenos

1 colher de chá de extracto de baunilha

1 e 1/2 copos de farinha de trigo

1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

1/2 colher de chá de fermento em pó

1 pitada de sal

1/2 copo de coco ralado

3 copos de flocos de aveia (dos mais pequenos)

Pepitas de chocolate (opcional)

 

Aquecer o forno. Forrar tabuleiros com papel vegetal.

Na batedeira colocar a manteiga, os açúcares, os ovos e a baunilha. Bater até ficar bem misturado e adicionar a farinha, bicarbonato, fermento, sal, coco e flocos de aveia. Bater novamente até ficar tudo misturado e retirar colheradas para os tabuleiros, moldando com as mãos molhadas para que fique mais redondinho.

Levar ao forno por 12 a 15 minutos. Retirar os biscoitos do forno e deixar repousar cinco minutos no tabuleiro, de seguida transferir para uma rede para acabarem de arrefecer. Deu 44 biscoitos. No último resto de massa adicionei umas pepitas de chocolate, a maioria dos biscoitos são de aveia e coco e os restantes de aveia, coco e pepitas.

 

Nota: das três medidas de flocos de aveia, triturei uma no moinho de café para ficar uma farinha grosseira; acho que deixou a massa mais homogénea mas este passo não é essencial

 

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Qui | 07.09.23

da época

 

O tomate coração-de-boi é dos melhores que há seja para compotas, molhos, sopas ou saladas. É carnudo e cremoso e este ano, apesar do calor excessivo em algumas alturas que provocou um arejo nas plantas, consegui uma boa quantidade deles e mesmo agora ainda estão a dar os últimos da época.

Nada melhor do que quando estão bem madurinhos para experimentar sopas e outras iguarias. Esta sopa em especial foi feita de propósito para acompanhar o "Irish Soda Bread" de ontem. Experimentem.

 

Creme de Tomate e Batata-doce

 

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1 cebola grande

2 colheres de sopa de azeite

600 grs de tomate coração-de-boi bem maduro, sem peles nem pevides

250 grs de batata-doce

Sal q.b.

1 pitada de orégãos

1 pitada de açúcar

 

Picar a cebola e refogar no azeite sem alourar. Adicionar o tomate e a batata-doce, temperar a gosto com sal, adicionar os orégãos e a pitada de açúcar caso o tomate seja ácido. Deixar amolecer e adicionar 600 ml de água a ferver. Deixar cozinhar por vinte minutos e triturar. Servir com pão e queijo de cabra fresco.

 

Qua | 06.09.23

Depressa e bem

 

Este pão é para aquelas alturas em que queremos pão já! Não queremos amassar, não queremos esperar que levede, não estamos para estar uma hora à espera que coza, não queremos ir à rua comprar e tudituditudo.

É um pão maravilhoso para acompanhar uma bela sopa de tomate, a aproveitar os mais maduros que a época nos dá. A receita da sopa vem amanhã. A do pão está já aqui.

 

"'Simple Soda Bread"

(Revista Sainsbury Magazine, Setembro 2017)

 

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250 grs de farinha de trigo integral (usei espelta integral)

250 grs de farinha de trigo com fermento

100 grs de flocos de aveia

1 colher de chá de bicarbonato de sódio

1 pitada de sal

2 colheres de chá de açúcar amarelo (usei antes uvas passas)

250 ml de leite com 1 colher de sopa de vinagre misturado

200 ml de água

1 colher de chá de azeite

 

Aquecer o forno a 200ºC ou a olho como faço com o meu que não mede nadinha. Forrar um tabuleiro ou forma larga com papel vegetal.

Misturar todos os ingredientes secos numa taça grande. Adicionar o leite com vinagre e a água. Mexer tudo com um garfo ou colher de pau. Salpicar com um pouco de farinha para poder mexer na massa sem pegar e formar uma bola que se põe no tabuleiro. Fazer uma cruz no meio com uma faca afiada e espalhar o azeite na superfície com um pincel ou com as mãos.

Levar ao forno por cerca de trinta ou trinta e cinco minutos. Quando estiver perfeitamente cozido deve fazer um som oco se batermos com os nós dos dedos no topo. Deixar arrefecer e servir, de preferência morno com manteiga ou azeite.

 

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(antes de ir ao forno)

 

Seg | 04.09.23

ele há coisas...

 

Na última semana começaram a aparecer na minha cozinha umas mosquinhas da fruta chatas e insistentes e a parecer que se multiplicavam sempre que uma pessoa olhava para o lado. Pensei que fosse alguma fruta que estivesse podre mas depois de verificar vi que estava tudo são e que afinal não era só em minha casa que estava a acontecer já que a minha vizinha se queixou do mesmo.

Não sei se é apenas por aqui já que é um espaço meio rural ou se as moscas da fruta estão em alta por todo o lado, o que é certo é que já não as podia ver e detesto o cheiro do mata-moscas. Nem de propósito, um dia da semana passada recebi uma newsletter e o assunto era: como se livrar das moscas da fruta. Ó pá, isto é o universo a querer chamar a minha atenção!!!

Testada e aprovada a 'receita' para tornar a minha vida livre de mosquinhas da fruta, aqui fica ela para quem padecer do mesmo mal.

 

Armadilha para Moscas da Fruta

 

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50 ml de vinagre de sidra

2 gotas de detergente da louça

 

Colocar o vinagre e o detergente num copo, tapar com película aderente e fazer vários furos com um palito.

Coloquei o copo no meio da fruteira. Em 24 horas já tinha 'apanhado' umas dez.

 

Sex | 01.09.23

99 cêntimos

 

No outro dia comprei mangas a 0,99€ o quilo. E não, não estavam estragadas, ou podres, ou verdes, ou pisadas ou lá o que fosse de mau que lhes pudesse ter acontecido. Eram mesmo 'bouas' como se diz por aqui e aproveitei para trazer duas que pesavam pouco mais de um quilo.

Claro que antes de as abrir pensei sempre que quando as provasse é que cairia a ficha de que por alguma razão eram tão baratas. Mas não, quando as provei apenas fiquei arrependida de não ter trazido mais para poder enfardar mangas como gente grande.

 

Tarte Rústica de Manga com Lima e Gengibre

 

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600 grs de manga cortada em cubos

1 pedaço de gengibre ralado

Raspa e sumo de uma lima pequena

1 colher de sopa de açúcar (opcional)

1 base de massa quebrada

1 colher de sopa de farinha (usei de espelta)

3 colheres de sopa de leite

açúcar amarelo para polvilhar

 

Misturar a manga com o gengibre ralado - usei o equivalente a um polegar, medida que acabei de inventar - o sumo e raspa da lima e açúcar (que não usei porque a manga era excessivamente doce).

Estender a massa da tarte num tabuleiro e polvilhar o fundo com a farinha. Espalhar a manga pela superfície deixando uma tira livre. Dobrar essa tira a toda a volta de modo a aconchegar a fruta e pincelar com o leite. Salpicar com açúcar amarelo a massa pincelada com o leite e levar ao forno por trinta minutos.

Retirar e servir morno ou frio, de preferência com uma bola de gelado de baunlha.