Nos supermercados há umas embalagens com uma mistura de frutos vermelhos congelados que têm morangos, framboesas, groselhas, amoras, cerejas e talvez mais alguma que me esteja a falhar. São excelentes para usar em sobremesas ou para fazer caldas para cheesecakes, por exemplo.

A última utilização que encontrei para um restinho que andava pelo congelador foi num gelado com pouquíssimos ingredientes e bem mais fácil de preparar do que aqueles que faço em forminhas próprias.

Experimentem e digam lá se não sou uma das vossas pessoas favoritas.

Gelado de Banana e Frutos Vermelhos

200 grs de bananas congeladas

150 grs de frutos vermelhos congelados

2 colheres de sopa de xarope de ácer (opcional)

50 grs de chocolate derretido

Triturar a banana com os frutos vermelhos (convém retirar do congelador cerca de meia hora antes). Adicionar o xarope de ácer e deitar em quatro tacinhas. Levar ao congelador enquanto se derrete o chocolate no microondas, se necessário adicionar uma ou duas colheres de sopa de leite para que fique mais líquido.

Deitar o chocolate derretido sobre o gelado e levar novamente ao congelador. Para servir retirar do congelador uns minutos antes para que fique mais macio.

Se já ouviram falar em 'espiralizadores' sabem que não são nem aspiradores nem daquelas coisas que se metem no nariz para ajudar a desentupir. Pois, nada disso. Os espiralizadores são umas maquinetas que parecem um passe-vite e servem para transformar alguns vegetais em tiras fininhas, tipo esperguete, e são a coqueluche de quem optou por uma dieta com mais vegetais do que hidratos de carbono.

Essas maquinetas, à venda em sites e em lojas especializadas em utensílios de cozinha, não são lá muito baratas (considerando que a sua utilização é um bocado limitada) e ocupam algum espaço. E não, eu não tenho nenhuma.

Mas não é por falta de alfaias todas XPTO que deixo de fazer aquilo que me apetece. Por isso, entre a mandolina e um aparelhinho que parece uma afiadeira, ambos comprados por quantias irrisórias no Lidl (passe a publicidade, já disse que eles não me pagam) consegui espiralizar curgetes para fazer um acompanhamento num dia em que não estava a apetecer nem batatas, nem massa nem arroz.

Esparguete de Curgete

3 curgetes espiralizadas

1 dente de alho ralado

2 colheres de sopa de azeite

Sal e pimenta q.b.

Aquecer o azeite numa frigideira, alourar ligeiramente o alho ralado e adicionar os fios de curgete. Temperar com sal e pimenta, deixar apurar por uns cinco minutos mexendo de vez em quando e servir.

Para que conste: não gosto de mexilhão. E desta taça provei um, quase que obrigada e para não fazer a desfeita (não fossem os comensais pensar que tinham veneno). Continuo a não gostar. Mas quem comeu disse que estava bom por isso, se mexilhão é a vossa praia, experimentem.

Mexilhões com Vinho Branco e Pimento Vermelho

1 kg de mexilhões

4 dentes de alho

1/4 de pimento vermelho

100 ml de azeite

100 ml de vinho branco

1 raminho de salsa

1 pitada de sal

Num tacho largo aquecer o azeite e saltear ligeiramente os alhos picados grosseiramente e o pimento em quadradinhos. Adicionar o vinho, deixar ferver e juntar os mexilhões e uma pitada de sal. Sempre com o lume no máximo tapar o tacho e deixar apurar um minuto. Abanar o tacho e deixar mais um minuto. Retirar a tampa, salpicar com a salsa picada e servir.

Notas:

• primeiro temos que retirar as barbichas aos mexilhões, não é difícil mas é aborrecido já que tem que ser um a um
• os mexilhões que não abrirem não devem ser consumidos

As coisas que se descobrem por essas redes! No Instagram, esta receita de 'Overnight Oats' a atirar para o Tiramisu não descansou enquanto não me pôs a experimentá-la. Sinceramente, os sacrifícios que faço pelo blogue.

Para quem ainda não sabe, 'Overnight Oats' são umas papas de aveia que não vão ao lume, o que dá um jeitaço no verão. Apenas temos que juntar os flocos de aveia com um líquido à escolha e deixar durante a noite no frigorífico (daí o nome 'overnight'). Atenção, também funciona se fizermos isso durante o dia, não é preciso ficar escuro para fazermos estas papas deliciosas.

Papas de Aveia estilo Tiramisu

1 copo de flocos de aveia

250 ml de leite de amêndoa

1 colher de chá de café solúvel

1 colher de sopa de cacau em pó

2 colheres de sopa de xarope de ácer (ou mel)

1 colher de café de extracto de baunilha

Misturar todos os ingredientes numa taça mexendo bem, tapar e deixar em repouso no frigorífico durante a noite. De manhã servir em camadas com igurte a gosto (natural, de baunilha, de coco, etc.) e mais um pouco de xarope de ácer.

O meu ruibarbo é mais verde do que carmesim, que é uma cor que adoro, mas isso não me impede de o usar sempre que há algum para gastar. Para quem não tem ruibarbo e mesmo assim quiser experimentar este bolo, pode substitui-lo por fatias de pêssego, por exemplo. Ou ameixas. O bolo em si é daqueles básicos de iogurte que ficam sempre bem. Experimentem.

Bolo de Iogurte e Ruibarbo

200 grs de ruibarbo

1 colher de sopa de açúcar amarelo

Sumo de meio limão

3 ovos

150 grs de açúcar amarelo

200 grs de iogurte grego natural

120 ml de óleo de girassol

1 colher de chá de cardamomo em pó

2 colheres de chá de fermento em pó

1 pitada de sal

200 grs de farinha peneirada

Aquecer o forno.

Cortar o ruibarbo em tiras finas e com cerca de sete centímetros de comprimento. Salpicar com o açúcar e o sumo de limão.

Numa taça bater os ovos, o açúcar, o iogurte e o óleo.

Adicionar os restantes ingredientes e envolver bem sem bater.

Deitar a massa numa forma forrada com papel vegetal untado. Por cima dispôr as tiras de ruibarbo e salpicar com mais um pouquinho de açúcar.

Levar ao forno por cerca de 25 minutos. Retirar e deixar arrefecer antes de cortar.

Quinoa.

Há já alguns anos que esta semente apareceu em tudo o que é receita saudável. Muita conversa à volta da mesma, muita gente a favor. Para os veganos e vegetarianos é mesmo boa.

Já existe desde os Incas e é a base da alimentação do pessoal dos Andes, tem muitas proteínas e outras mais-valias que só visto. Alguns acham que o mediatismo desta semente acabou por a tornar muito mais cara o que fez com que quase deixasse de ser possível aos povos que sempre a usaram continuarem a consumi-la já que por um lado vai  quase toda para os países ricos, por outro lado a que sobra fica caríssima para quem dela precisa (o preço triplicou entre 2006 e 2013!).

Eu não entro muito nestes comboios de 'agora é sumos verdes com couves, depois é quinoa e mais tarde ainda tudo a comer hambúrguer em bolo do caco, ou batatas fritas servidas em baldinhos de zinco', ou seja, em modas.

Mas que gosto de experimentar coisas novas, ao menos uma vez (ou duas), lá isso gosto. E não podia deixar de experimentar a Quinoa, já depois de ter passado quase todo o buzz à sua volta.

E cá está ela, experimentada.

Vale a pena? Sinceramente, embora seja agradável, não me parece que valha a pena os Andinos ficarem sem comer por minha causa…

Salada de Quinoa e coisas

Quinoa cozida (de acordo com instruções da embalagem)

Abacate

Tomate

Ovo cozido

Cebola roxa

Azeitonas

Sultanas douradas

Noz-pecã

Bolinhas de queijo mozarela

Pimenta preta moída

Molho (azeite, vinagre de vinho tinto, sumo de limão e flor de sal)

Cortar o que for de cortar ao tamanho desejado e misturar todos os ingredientes nas quantidades desejadas numa taça. Deitar o molho por cima, mexer e servir. Frio, que é melhor.

Para variar das saladas de tomate ou alface que são as primeiras que vêm à ideia cada vez que se pensa em salada, decidi fazer cenouras à Algarvia, logo eu que não sou assim tão adepta de cenouras. Como, mas não são favoritas, nem por isso.

Esta maneira de preparar cenouras é fácil e pode-se (deve-se) preparar com antecedência para que esteja fria quando for consumida.

Talvez haja no Algarve outra maneira de as preparar mas foi assim que as comi uma vez quando lá estive a passar uns dias. E, se nada mais vos convencer, diz que fazem bem à vista (e agora no verão ajudam a manter o bronze).

Cenouras à Algarvia

4 cenouras

Sal q.b.

2 dentes de alho

1 raminho de salsa

2 colheres de sopa de vinagre

3 colheres de sopa de azeite

Cozer as cenouras descascada e cortadas em rodelas não muito finas por uns sete minutos em água temperada com sal. Escorrer e temperar com o alho picadinho e a salsa também picada. Misturar o vinagre e ao zeite, mexer e deixar arrefecer.

Servir como acompanhamento.

A diferença entre os morangos de 'aviário' e os caseiros (uma delas pelo menos) é que os de produção intensiva costumam apodrecer ao fim de dois ou três dias enquanto os caseiros ou produzidos em pequena escala e sem uma carrada de produtos químicos têm tendência a secar, parece que vão ficando mirrados. São bons na mesma no entanto não ganham nenhum concurso de beleza da morangada.

É quando estão assim e abrimos o frigorífico e pensamos 'tenho que gastar isto antes que se estrague' que uma tarte destas vem mesmo a calhar. E se aos morangos juntarmos mais algumas frutas, é uma festa! E não, isto não é uma infinity pool, é só o meu tanque de lavar roupa (que os olhos também comem mesmo quando não se trata de comida).

Tarte de Frutos Vermelhos

Compota:

400 grs de mistura de frutos vermelhos (usei mirtilos, amoras e morangos cortados em quartos)

1 colher de sopa de açúcar amarelo

1 colher de sopa de sumo de limão

1 colher de chá de Maizena

Base:

150 grs de bolacha Torrada

75 grs de manteiga amolecida (usei Becel Cozinha)

Tarte:

200 grs de queijo creme

100 grs de iogurte grego

1 lata de leite condensado

1 colher de chá de extracto de baunilha

75 ml de sumo de limão

2 folhas de gelatina

Compota:

Levar as frutas com o açúcar e o sumo de limão ao lume num tachinho, Deixar fervilhar por cinco minutos. Adicionar a farinha Maizena dissolvida numa colher de  sopa de água fria, mexer para engrossar e retirar do lume. Deixar arrefecer.

Base:

Triturar as bolachas, misturar bem com a manteiga e espalhar sobre a base de uma tarteira que possa ir à mesa.

Tarte:

Amolecer as folhas de gelatina em água fria por cinco minutos.

Misturar o queijo-creme com o leite condensado, a baunilha e o sumo de limão. Mexer bem e adicionar a gelatina dissolvida numa colher de sopa de água a ferver.

Deitar este preparado sobre a base da tarte e por cima espalhar a compota, entretanto fria.

Levar ao frigorífico por umas horas e servir bem fresco.

Sempre achei engraçada a maneira como os espanhóis dizem arroz com frango. Árroscompolho! (pelo menos era como me parecia quando nem sequer sabia o que queria dizer). Mas mais ainda, gosto de arroz de frango, feito à maneira deles, com açafrão e alecrim. Aqui fica a minha versão, de trazer por casa.

Arroz con Pollo (Arroz de Frango)

3 coxas de frango do campo

2 colheres de sopa de azeite

1 cebola picada

2 dentes de alho picados

1 tomate

1 cenoura

1/4 de pimento vermelho

1/4 de pimento amarelo

1 medida de arroz redondo (usei carolino de Salreu)

50 ml de vinho branco

3 a 4 medidas de caldo de frango (ou água) a ferver

1 colher de chá de açafrão das Índias

1 raminho de alecrim

Sal q.b.

Retirar a pele ao frango e descartar. Desossar cortando a carne em bocados pequenos e reservar a carne juntamente com os ossos e salpicar de sal.

Aquecer o azeite e alourar a cebola e o alho picados. Adicionar os bocados de frango e os ossos (para dar gosto) e deixar alourar até que perca a cor de carne crua. De seguida juntar a cenoura, o tomate e os pimentos, também cortados em quadradinhos pequenos. Deixar amolecer uns minutos e adicionar o vinho. Tapar o tacho e deixar refogar a carne por mais um bocado, talvez vinte minutos, mexendo de vez em quando. Se necessário acrescentar um pouquinho de caldo mas pouco, apenas para não pegar.

Juntar o arroz previamente lavado e mexer, envolvendo bem. De seguida acrescentar três medidas de caldo, o açafrão, o alecrim e verificar o sal. Mexer, deixar levantar fervura e baixar o lume. Deixar cozer por cerca de vinte minutos. Servir de imediato.

Já desisti de cultivar beterrabas porque praticamente não crescem e deixam-me frustrada por ter gasto água para as regar para nada. E como por esta altura há baterrabas tenrinhas por esses mercados, aproveito que estão de maré e compro algumas para fazer picles.

Quem preferir pode usar daquelas que são vendidas em vácuo, já cozidas. Quando não há das frescas é com essas que me desenrasco.

Agora apenas como curiosidade: nós temos uma expressão para quando estamos metidos numa trapalhada, dizemos que estamos 'numa açorda'. Os americanos têm uma expressão idêntica mas eles dizem que estão 'in a pickle'. Ora aqui está uma receita de picles que não nos deixa numa açorda...

Beterrabas em Picles

4 beterrabas cozidas ou assadas

250 ml de vinagre de cidra

125 ml de água

1 colher de chá de grão de pimenta (usei preta e vermelha)

5 cravinhos

1 colher de sopa rasa de açúcar amarelo

Cortar as beterrabas às rodelas e colocar num recipiente que possa ser fechado hermeticamente. Usei um de vidro, tipo pyrex, com tampa plástica

Num tachinho deixar ferver todos os restantes ingredientes. Deixar ferver por cinco minutos e deitar sobre as beterrabas. Tapar de imediato e deixar arrefecer. Guardar no frigorífico. Fica melhor após alguns dias e aguenta semanas.

Não é segredo que uma das refeições que mais me agrada é o pequeno-almoço, essa refeição que muitas pessoas passam com apenas um café e um bolo seco, ou pior! apenas um café.

E dizem vocês: Ah e tal, mas dá muito trabalho preparar isto.

Atentem que este pequeno-almoço que aqui deixo é pouco mais do que iogurte e fruta. A diferença é que está em camadas para ficar bonitinho porque afinal os olhos também comem, como não nos cansamos de dizer. E sinceramente, não acho que gastar cinco minutos a preparar isto seja muito tempo, principalmente se nos deixa felizes para o resto do dia. Mas isso sou eu.

Parfaits de Iogurte

Iogurte natural

Mel

Cerejas, amoras, morangos e mirtilos (ou outras frutas)

Granola (ou outros cererais)

Colocar os ingredientes em camadas num copo ou numa taça e servir(-se).

Nunca fui muito fã de gelados, principalmente daqueles que parecem só gelo doce. No entanto, se tivesse que escolher algum favorito, seria aquele cujo nome começa por M e acaba em agnum (que ninguém me paga para fazer publicidade). Ou então um dos que faço, que além de satisfazerem a gula também satisfazem o ego porque afinal, sou capaz de fazer gelados.

Se ficam iguais aos outros? Não. Mas eu também não quero que eles façam gelados iguais aos meus.

Gelados de Banana

3 bananas bem naduras, congeladas

6 tâmaras sem caroço

1 colher de chá de extracto de baunilha

1 colher de sopa de cacau em pó

1 colher de sopa de manteiga de amendoim

100 grs de chocolate branco

100 grs de chocolatenegro

Triturar as bananas com as tâmaras e o extracto de baunilha e dividir por duas taças.

A uma taça acescenta-se o cacau em pó, a outra a manteiga de amendoim.

Colocar em formas de gelado e levar ao congelador.

Derreter o chocolate branco num copo e o chocolate negro noutro copo.

Retirar os gelados das formas e mergulhar nos chocolates (os de cacau no chocolate negro, os de manteiga de amendoim no chocolate branco).

Nota: para retirar o gelado da forma basta passar por água morna

Os tacos são um prato de origem mexicana e que se crê sejam anteriores à chegada dos espanhóis ao México. Nos Estados Unidos também têm grande tradição embora nesse país as tortilhas usadas sejam crocantes ao passo que as mexicanas são moles.
Não têm ciência nenhuma e na realidade basta juntar carne desfiada, cebola e pimento salteados, adicionar algumas verduras como alface ou rúcula, um molho ou maionese e enrolar.

Aqui serviram para gastar umas sobras de rojões.

Tacos de Rojões

Sobras de rojões, desfiadas

1 cebola roxa em meias luas

1/2 pimento vermelho em tiras

1 colher de sopa de azeite

1 malagueta em rodelas fininhas

Alface, rúcula e coentros q.b.

Cebola frita

Tortilhas

Saltear a cebola, o pimento, a malagueta e a carne numa frigideira com o azeite.

Preparar as tortilhas conforme instruções (aquecer no microondas, no forno ou numa frigideira).

Cortar a alface, a rúcula e os coentros grosseiramente.

Colocar a mistura de verduras no fundo de uma tortilha, de seguida a mistura de carne, cebola e pimento. Finalizar com cebola frita e servir com um molho feito com mostarda, maionese e iogurte.