Perca do Nilo (Lates niloticus)
O Lago Vitória é o maior lago de África e o maior lago tropical do mundo.
Lá no meio, numa ilha menor do que um campo de futebol chamada Migingo, vivem mais de cem pessoas e floresce uma indústria de pesca que, se soubéssemos como funciona, se calhar pensávamos duas vezes antes de comprar Perca do Nilo.
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(imagem da net)
Já sabemos que esta espécie de peixe, que foi introduzido neste lago nos anos 60, dizimou mais de 200 espécies de peixes do local e se transformou quase numa catástrofe ecológica.
E esse peixe, ou a maioria dele, é o que consumimos por cá, na união europeia, bom preço, bom aspecto...
Mais uma vez, se soubéssemos em que condições é criado/pescado, se calhar não consumíamos.
A ilha onde habitam todas essas pessoas não tem esgotos nem electricidade. Imaginemos então onde vão parar os desperdícios do tratamento dos peixes (tripas, etc), onde vai parar o lixo produzido pelos habitantes, já para não falar do que costuma ir para o sistema de esgotos, que ali não existe. Imagino que as percas estejam muito bem alimentadas…
Apesar das condições miseráveis da ilha Migingo existem cinco bares, um salão de beleza (!), uma farmácia, hotéis e vários bordéis.
Não quero ser desmancha-prazeres mas desde que soube como era produzido e comercializado este peixe deixei pura e simplesmente de o comer.
Eu sei que não devemos ser fundamentalistas e que se não é este são outros, cheios de mercúrio, as carnes cheias de antibióticos e hormonas, dos ovos nem se fala e tudo e tudo e tudo. Eu sei.
Mas o que é certo é que dos que não tenho conhecimento, não posso fazer nada, mas daqueles que tenho posso sempre optar. E a minha opção é não consumir deste peixe.
Mas não se deixem influenciar por mim, leiam este artigo, bem mais explicativo.